À medida que avanços tecnológicos, como cloud, edge e quantum computing, viram realidade, o conceito do metaverso sai do papel e se torna possível. A experiência digital passa a ser cada vez mais imersiva e guiada por comunidades virtuais e deixamos de estar a metros das telas para estar a apenas 2 ou 3 centímetros, podendo influenciar diretamente toda a experiência.
Até 2030, o metaverso trará receitas anuais de mais de US$ 800 bilhões, com uma CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 40%, impulsionado pelas indústrias de tecnologia, mídia e telecomunicações, serviços financeiros e varejo e consumo. A oportunidade poderá atingir um valor equivalente a US$ 13 trilhões. Nesse cenário, participantes de diferentes setores já começaram a experimentar o metaverso, adquirindo expertise, talento e vantagens.
Existem quatro maneiras de se posicionar em relação ao metaverso, criando diferentes níveis de engajamento. No nível inicial, as empresas se movimentam para usufruir da capacidade das plataformas e tecnologias para fomentar comunidades. No segundo nível, as empresas criam plataformas, produtos e serviços digitais ou tecnologia e infraestrutura no metaverso. É possível, ainda, romper as barreiras e desenvolver múltiplas frentes de oferta nesse ambiente virtual e, por fim, atuar em todas elas, o que já é esperado dos gigantes da tecnologia.
Com base em algumas definições e no entendimento de conceitos, aprofundamos neste relatório o desenvolvimento do metaverso a partir de quatro perspectivas:
- Serviços financeiros;
- Mercado;
- Plataformas;
- Consumidores.
Fornecemos também uma visão geral sobre a tecnologia, as oportunidades que ela oferece, os modelos de negócio, além de um panorama atual e indicações de como se preparar para tirar o melhor proveito do metaverso.
Inovações no sistema financeiro nacional
Três temas formam os pilares da visão do Banco Central do Brasil sobre o futuro do Sistema Financeiro Nacional: Pix, Open Finance e real digital. Todos são temas evolutivos e graduais, que se complementam para trazer cada vez mais benefícios para os consumidores.
Serviços financeiros
O setor de serviços financeiros se destaca por estabelecer relacionamentos mais próximos com os consumidores, promovendo engajamento de ponta. Ao mesmo tempo, diferentes players estudam como desenvolver produtos e soluções disruptivas em serviços financeiros, de forma a construir uma ponte entre os meios descentralizados e os tradicionais.
- As empresas do setor se posicionam de duas maneiras principais, criando relacionamentos humanizados e produtos disruptivos;
- Existem oportunidades claras de expandir o relacionamento com produtos em crédito, seguros, investimentos e pagamentos.
Mercado
No mercado, os players se posicionam a partir do desenvolvimento de treinamentos, alavancando casos de uso internos e se aproximando dos consumidores por meio de um relacionamento humanizado e pessoal.
- Setores de varejo e consumo, tecnologia, mídia e telecomunicações e serviços financeiros começam a se engajar com o metaverso, ofertando treinamentos e criando relacionamentos mais humanizados com seus consumidores;
- O mercado de serviços financeiros se destaca, oferecendo engajamento de ponta.
Plataformas
Com o surgimento das plataformas descentralizadas, DAOs (decentralized autonomous organizations), Decentraland (2017) e posteriormente o The SandBox (2018), consumidores já podem desfrutar da experiência virtual, comprar produtos digitais, como os NFTs (non-fungible tokens), com criptomoedas e tokens, adquirir propriedades de terra virtuais e, inclusive, deter o direito de voto sobre o futuro das plataformas.
- Plataformas descentralizadas, com base em blockchain, são fortalecidas com economias complexas, ofertando experiências, produtos digitais e investimentos, como Digital Real Estate;
- Marcas importantes começam a se posicionar para criar comunidades e fidelizar o público.
Consumidores
Consumidores nativos digitais, pertencentes à geração Z, já estão engajados em atividades no metaverso. Quanto mais jovem o público, maior o interesse por experiências virtuais. São diversos casos de uso, desde jogos virtuais até interação com marcas conhecidas ou novas, além da possibilidade de experimentar produtos e fazer compras com gadgets de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR).
- Gerações Z e Y imersas em experiências digitais, identificadas com games e interesse em mundos virtuais;
- Desejo de interagir com as aplicações do metaverso descentralizado, avaliar experiências e experimentar produtos físicos e digitais.
Como se preparar para o metaverso
Mesmo que o metaverso como idealizamos ainda não seja uma realidade, muitos conceitos já estão em prática e são relevantes para os negócios. As empresas podem se beneficiar ao iniciar sua preparação desde já.
Ações de curto prazo
1. Acelere
Crie funções dentro da organização para se aprofundar nos conceitos e nas suas implicações para o negócio. Mantenha o foco em:
- Cripto e descentralização
- Acompanhar a evolução do metaverso
2. Desenvolva uma estratégia
Identifique gaps a serem fechados e oportunidades de longo prazo a serem exploradas. Trabalhe nos alicerces:
- Quais capacidades desenvolver?
- Como se posicionar?
3. Teste o terreno
Selecione algumas oportunidades disponíveis dentro das tendências do metaverso. As de menor risco são:
- Versões digitais de bens físicos e NFTs
- Tours virtuais com produtos e instalações
Ações de longo prazo
4. Foque na confiança
Promova segurança nos serviços para mitigar os riscos, alinhando expectativas entre as partes envolvidas:
- Consumidores
- Acionistas, reguladores e stakeholders
5. Repense capacidades essenciais
As vantagens competitivas criadas para o modelo de negócios podem não se aplicar ao ambiente do metaverso.
- Realize upskilling
- Faça recrutamento especializado
6. Integre ambiente físico e digital
Se você adicionou ou planeja adicionar serviços e/ou ativos digitais ao seu portfólio:
- Crie coerência na experiência da marca
- Desenvolva produtos e serviços complementares
Panorama do mercado de serviços financeiros
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